Paciente
G, 13 anos, diagnosticado como esquizofrênico e retardado mental.
Agressivo, inquieto, só aceita comida se for forçado.
Prefere alimentar-se de folhas verdes e papel. Range os dentes o tempo
todo. Aberta sua freqüência constatamos que sua consciência
encontrava-se amplamente desdobrada e desarmônica, com personalidades
deformadas e monstruosas, muitas delas mergulhadas em pavoroso lodaçal,
respirando o cheiro nauseante da prodridão de um verdadeiro mar
de energias, em decomposição, junto cmo as vítimas
e comparsas de outras épocas, que como ele se perderam na rebeldia
espiritual.
Em
encarnação passada, ele fora bela moça explorada
por dois empresários do vício, seus pais na atualidade.
Lá, o sexo, o aborto, o roubo, a droga, o fumo e o álcool
foram suas principais fontes de renda. Só o ouro importava. A
bela moça era a atração principal da casa. Para
o encanto geral dos freqüêntadores, apresentava-se desnuda.
O negócio prosperou por longos anos. Muitos perderam fortunas
e dezenas de famílias foram esfaceladas em virtude das irresistíveis
atrações do famoso bordel. Aqueles que se embriagavam
e já haviam perdido o dinheiro que portavam, eram tratados como
"porcos" (estas foram suas palavras) e simplesmente jogados
nas lixeiras existentes nas proximidades. Outras vezes, quando se tornavam
muito inconvenientes, eram sumariamente eliminados.
O
tempo passou, o viço e a beleza da atração principal
foram fornecendo, e ela deixou de atrair os iludidos freqüentadores.
Aos poucos, foi sendo deixada de lado. A doença gerada pelo desregramento
e os anos de desmandos, abortos, bebida e desilusão, velhice
precoce e desencanto, foram tornando-a arredia e desprezada. De atração
principal passou a ser um estorvo para os dirigentes da casa. Como não
tinha família e nem para onde ir, teve que aceitar um quartinho
imundo nos fundos do bordel. Nada construíra para si mesma. Ali,
naquele pardieiro, se ocultava a ex-bela mulher que enlouquecera os
homens, conquistando-lhes os corações. Precocemente envelhecida
e inútil, era agora rejeitada por todos. Em noite fria e solitária,
a morte libertadora chegou através de comida envenenada. De ruim,
sua situação passou para pior no mundo espiritual. Como
nada fizera ou aprendera de útil na vida, imediatamente mergulhou
na mesma lama do vício em que vivera e que construíra
para si mesma.
Muitos
anos depois, uma parte de sua consciência é encaminhada
para a atual reencarnação. Outra parte permanece mergulhada
na podridão fétida, escura e gelada do lamaçal,
que se formara naquele lugar, juntamente com outros enfelizes, vítimas
da mesma época. Em virtude de uma existência equivocada,
o grupo se atrelou negativamente formando uma família ligada
pelo carma da cumplicidade. Novamente reunidos, mas com outros propósitos,
debeixo do mesmo teto e algemados pelos laços consangüíneos,
enfrentam duras provações regeneradoras.
Extraído do Livro:
Iniciação Apométrica - Terapêutica Medianímica.
Autor: J. S. Godinho
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